Dr. Felipe Calmon - Neurocirurgião
Dor nas costas persistente: quando a cirurgia é a solução?

A cirurgia para dor nas costas persistente é indicada quando tratamentos conservadores falham e há sinais de compressão nervosa ou instabilidade na coluna vertebral.
A dor nas costas persistente é uma condição comum que afeta milhões de pessoas, podendo variar de leve a incapacitante. Em muitos casos, essa dor é causada por condições como hérnia de disco, estenose espinhal ou espondilolistese. O tratamento inicial normalmente envolve métodos conservadores, como fisioterapia, medicação e mudanças no estilo de vida. No entanto, quando essas abordagens falham e os sintomas se tornam graves ou limitantes, a cirurgia pode ser considerada.
A cirurgia para dor nas costas persistente é indicada em casos onde há compressão dos nervos espinhais ou instabilidade estrutural da coluna que resulta em dor intensa e progressiva, dormência, fraqueza ou perda de controle motor. As cirurgias mais comuns incluem a discectomia, laminectomia e fusão espinhal, cada uma com objetivos específicos dependendo da causa subjacente da dor.
Antes de optar pela cirurgia, o médico fará uma avaliação completa, incluindo exames de imagem, para determinar se o procedimento é realmente necessário. Embora a cirurgia possa trazer alívio significativo, ela é reservada para casos graves, já que envolve riscos e um processo de recuperação prolongado.
É fundamental que o paciente entenda quando a dor nas costas persistente precisa de cirurgia e quais as melhores opções de tratamento para o seu caso.
Quando a cirurgia é indicada para dor nas costas persistente?
A cirurgia para dor nas costas persistente é geralmente indicada quando as seguintes condições estão presentes:
- Falha no tratamento conservador: Se após várias semanas ou meses de fisioterapia, medicação ou injeções, a dor persiste ou se agrava, a cirurgia pode ser uma opção.
- Compressão nervosa severa: Quando há compressão dos nervos espinhais, o que resulta em sintomas como dormência, formigamento, fraqueza nas pernas ou perda de controle urinário, a cirurgia pode ser necessária para aliviar essa pressão.
- Instabilidade da coluna: Condições como espondilolistese, onde uma vértebra desliza sobre outra, ou hérnia de disco que comprime os nervos, podem exigir estabilização cirúrgica para prevenir danos futuros.
- Comprometimento da qualidade de vida: Se a dor limita significativamente as atividades diárias e afeta a mobilidade ou a função, a cirurgia pode ser recomendada para restaurar a funcionalidade.
Em geral, a decisão pela cirurgia é tomada com base em exames de imagem, como a ressonância magnética ou a tomografia, que mostram o grau de dano estrutural na coluna.
Sinais de que a dor nas costas persistente pode precisar de cirurgia
- Dor que não melhora com tratamentos conservadores.
- Sintomas neurológicos, como fraqueza ou perda de sensação nas pernas.
- Perda de controle da bexiga ou intestino.
- Dificuldade para andar ou realizar atividades diárias.
- Evidências de compressão nervosa ou instabilidade da coluna nos exames de imagem.
Quais exames são necessários antes de decidir pela cirurgia para dor nas costas persistente?
Antes de considerar a cirurgia, é essencial que o paciente realize uma série de exames para diagnosticar a causa da dor nas costas persistente. Esses exames ajudam a determinar a gravidade da condição e a necessidade de intervenção cirúrgica:
- Ressonância Magnética (RM): Fornece imagens detalhadas dos discos intervertebrais, ligamentos e nervos. É o exame mais utilizado para detectar hérnias de disco, estenose espinhal e outras anomalias dos tecidos moles.
- Tomografia Computadorizada (TC): Oferece imagens detalhadas dos ossos da coluna e é usada para avaliar fraturas, espondilolistese e outras deformidades ósseas.
- Radiografia (Raio-X): Mostra a estrutura óssea da coluna e pode identificar desalinhamentos ou curvaturas anormais.
- Eletromiografia (EMG): Avalia a função dos nervos e músculos, ajudando a identificar compressão nervosa que pode justificar a cirurgia.
Esses exames fornecem uma visão completa da coluna e são fundamentais para determinar se a dor nas costas persistente precisa de cirurgia.
Quais são os riscos da cirurgia para dor nas costas persistente?
Embora a cirurgia para dor nas costas persistente possa ser eficaz, ela não está isenta de riscos. Os principais riscos incluem:
- Infecção: Como em qualquer procedimento cirúrgico, existe o risco de infecção na área operada.
- Sangramento: Cirurgias na coluna podem resultar em sangramento excessivo, especialmente em procedimentos mais complexos, como fusões vertebrais.
- Lesão nervosa: Manipulações próximas à medula espinhal podem resultar em lesões nervosas, causando fraqueza ou dormência.
- Pseudoartrose: Quando a fusão vertebral não ocorre como esperado, pode ser necessária uma nova cirurgia.
- Recorrência da dor: Em alguns casos, os sintomas podem retornar após a cirurgia.
No entanto, a maioria dos pacientes que seguem as orientações do médico e realizam o processo de reabilitação pós-cirúrgica adequadamente experimenta uma melhora significativa na dor e na qualidade de vida.
Como minimizar os riscos da cirurgia?
- Escolher um neurocirurgião experiente para realizar o procedimento.
- Seguir rigorosamente as orientações pré e pós-operatórias.
- Realizar fisioterapia pós-cirúrgica para fortalecer a coluna e garantir uma recuperação adequada.
- Manter um estilo de vida saudável para promover a cicatrização e prevenir complicações.
Cirurgia para dor nas costas persistente é sempre a solução?
Não, a cirurgia para dor nas costas persistente nem sempre é a primeira linha de tratamento. Em muitos casos, a dor pode ser gerenciada com métodos conservadores, como fisioterapia, exercícios de fortalecimento, medicação e ajustes no estilo de vida. A cirurgia é reservada para casos graves, onde a dor interfere significativamente na qualidade de vida ou quando há risco de danos neurológicos permanentes.
Os pacientes devem considerar a cirurgia apenas após uma avaliação completa e esgotamento de outras opções de tratamento. Um acompanhamento regular com um especialista em coluna é fundamental para monitorar a progressão da dor e determinar o momento certo para a intervenção cirúrgica, se necessário.